top of page

Vem confabular aqui

Você está aí amor?

  • Foto do escritor: Emanuel Moraes
    Emanuel Moraes
  • 9 de abr. de 2014
  • 5 min de leitura

"Nunca deixe o medo de errar impedir que você jogue"

Quando éramos crianças acreditávamos em contos de fadas, confesse, não importa que seja menino ou menina, acreditávamos piamente que existia mágica no mundo. Em algum momento de nossas vidas, por mais que não nos lembremos dele, acreditamos que pôde existir algo neste mundo louco e enorme que nos preenchesse magicamente com um sentimento que nem conhecíamos ainda. E ás vezes é assim até hoje para algumas pessoas, sempre esperando que algo consiga as preencher, apenas para não se sentirem tão sozinhas.

Eu estava assistindo a quinta temporada de Sex and The City, em um episódio Carrie e suas amigas estavam debatendo sobre quem era otimista ou pessimista em relação ao amor, confesso de antemão que eu parei e me autoanalisei. Não faço a mínima ideia do que pensar quanto ao assunto, veremos como ficarei até o fim desta coluna. Mas enquanto eu estava absorto em meus próprios pensamentos “Carrianos”, recebi uma mensagem de um amigo que é gay – Vamos chamá-lo de O Sofredor – dizendo que ele estava cansado do amor e das pessoas que não davam valor ao dele. Ele continuou contando que havia conhecido um cara e que estavam há algum tempo saindo, que lhe enviou flores, fazendo todo o gesto pomposo que alguém romântico como ele faz. Mas O Sofredor recebeu uma das piores respostas que alguém que se entrega pode receber: “Eu sinto carinho por você. Apenas isso”. Não pude culpa-lo de me dizer que o cara deveria enfiar o carinho dele no... Bem lá mesmo. E alguém pode culpa-lo por sentir raiva?

  • Perguntas

Quantas pessoas já não foram usadas por outras, estas que nem sabiam o que queriam da vida delas, mas mesmo assim viviam nos iludindo e nos segurando em suas vidas como uma boia salva vidas? Quantas vezes nos encontramos na situação de nos entregar inteiramente e durante um longo tempo, para tudo desmoronas simplesmente em segundos? Quantas vezes fizemos de tudo para dar certo, indo contra todos os conceitos e orgulho, apenas para ter mais tempo para “dar um jeitinho”? Quantas vezes encontramos essas pessoas que não se importam com o outro, apenas com o que elas querem e o que é melhor e seguro para elas? É muito fácil cair nessas, não é? Sempre caímos quando menos percebemos. Quando abrimos os olhos – BAAAAAMMM - já estamos voando desgovernados no meio do olho do furacão. E aí? Você quer continuar voando neste tormento em círculos ou quer pular fora?

Eu tenho uma colega – vamos chamá-la aqui de A Bobinha – que em menos de um mês se apaixonou por dois caras que tinham o mesmo objetivo, zoar com a cara dela. A mesma coisa de sempre, jogam charme, dão moral e ficam sentados brincando com os sentimentos alheios para eles mesmos se sentirem importantes, enquanto você ajuda a levantar a moral deles. Mas A Bobinha tem uma desculpa, ainda é muito nova e ingênua com os seus dezessete anos, quem têm seus vinte e pouco - ou até mais - e estiver lendo este post, sabe que ela ainda irá passar por poucas e boas. E não adianta se intrometer, seja qual idade a pessoa tiver, ela nunca irá acreditar em suas palavras. Eu sei bem disso, e como sei, costumava ser o tipo de pessoa que pagava para ver. Mas percebi que eu perdia muito nesse jogo. Parei de apostar.

O problema maior que O Sofredor está passando, é que está quase com trinta anos de idade e não conseguiu achar alguém que possa amá-lo – já digo para os curiosos, o cara não é feio e é mega inteligente, contato em off, escritor casamenteiro aqui viu –, alguém que esteja disposto a responder os seus sentimentos. “O meu medo é de morrer sem ser amado”. Forte e dramático? Pode até ser. Mas quem nunca parou e se perguntou algo do tipo? Mesmo que por alguns segundos? Eu confesso que já e muito. Vivemos em um mundo tão rápido, onde tudo muda em um piscar de olhos, estamos sempre buscando um porto seguro. Talvez seja por isso que nos decepcionamos tanto no amor, apostamos todas as nossas fichas quando o encontramos, qualquer erro leva tudo o que tínhamos embora. É difícil se recuperar. Mas somos feitos para sentir e dar carinho. Por isso que quando eu perguntei á ele se ainda tinha esperança, respondeu que tinha, não sabia o porquê, mas ainda mantinha a esperança de encontrar alguém.

Eu tenho uma amiga que sempre levou topadas em seus relacionamentos, um mais engraçado e trágico que o outro. Vamos chamá-la neste post de Julieta, a esperançosa. Juju se sente desconfortável em estar chegando quase nos trinta e estar solteira, ver as amigas se casando, tendo filhos e em relacionamentos felizes, enquanto ela está sozinha. Ela me disse que é uma questão além de não querer ficar sozinha, é uma questão do relógio biológico da mulher de sentir que está pronta para casar e ter filhos, Juju diz que não quer ser mãe muito velha. Fico pensando que realmente deve ser difícil para essas mulheres se sentirem preparadas, mas não poderem dar um passo nessa direção por não encontrarem alguém que esteja na mesma sintonia que a delas. Tem um filme com a Jennifer Lopez chamado Plano B. No filme ela se sente preparada para ser mãe e não encontrou o cara certo, então resolveu partir para inseminação artificial e ser mãe solteira. Acontece várias coisas no filme, assistam fica a dica, mas é um grau de decepção em que as pessoas chegam por causa das suas más relações. Chega um momento que a única opção é se virar sozinho para ser feliz, perseguir seus sonhos sem sentir a necessidade de ter outra pessoa ao seu lado, e antes que fale que deve ser muito solitário, eu acredito que seja algo necessário quando você não tem mais opção. O que fazer quando estamos sozinhos? Você se senta e espera alguém passar e te levar, ou continua andando por conta própria?

Esperança, seja ela criada para qual for a situação, é ela que nos move incansavelmente. Juju diz que teve uma época em que acreditou menos no amor, mas que agora pensa que tudo vem no tempo certo, mas não quer dizer que ainda não se preocupa com o tempo. “E sei que meu marido está em algum lugar, bem louco, me procurando hahaha” disse Julieta a esperançosa. Ela aprendeu a dar valor a si mesma, com a ajuda de todos os erros que tomou e com todos os canalhas que passou pela vida dela, se não tivesse passado por todas as coisas ruins não teria aprendido. As decepções a fizeram crescer. E são elas que a mantém a esperança dentro dela.

É fácil desacreditar, seja em si mesmo ou em outras pessoas e sentimentos, o difícil é continuar a lutar mesmo que tudo diga que nunca dará certo. Não devemos perder o amor próprio, devemos cultivá-lo para poder dividi-lo com alguém digno dele e ser digno de receber o amor da outra pessoa. Você não deve pagar para ver, mas também não deve ter medo de jogar, para viver é realmente necessário correr riscos. É difícil calcular os riscos em um jogo que muda conforme os jogadores, mas é só ficar atento e não jogar com o mesmo tipo decepcionante de antes. Se decepcionar, decepcionar outras pessoas, aprender e ensinar. Ele está aí, em algum lugar, o tal do amor. Seja ele quem for, o que for e como for. Acredite. Esse pode ser apenas o primeiro passo.

 
 
 

Comments


OLHA OS OUTROS POSTs AQUI, Ó

Confabulando

Posts

bottom of page