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Vem confabular aqui

Sabe o que eu acho? Que às vezes queremos acreditar.


Já reparou o quanto o mundo te direciona para um lugar onde você não deve se importar muito? Um lugar onde superar é fácil, divertido e cheio de novas possibilidades. Um lugar onde você não precisa de ninguém, além de si mesmo. Um lugar onde te ensinam a não acreditar em nada e ninguém.


"Você está melhor sozinho, do que com qualquer outra pessoa".


Eu sei. Eu sei. Mas é que ás vezes, naqueles dias insuportavelmente pesados onde vivo procurando algum sentido, eu só quero acreditar em algo, pois eu me transbordei de tanto "eu" que ingeri. De tanto ceticismo. Eu nunca pensei que a incredulidade pudesse não ter fim, tomar proporções, ter variantes, criar paredes tão altas de "proteção" que acaba sendo um poço capaz de te trancar por longos dias. Meses. ANOS. Meu Deus, quanto tempo passou?


Sentir falta. Sentir saudades. Querer algo que você nem se quer tem. Não falo de um passado, de alguém ou algo que já não faz mais parte da sua vida, mas de alguém, de algo, que você ainda não encontrou. Aquele pedacinho. Sabe? Aquele que você preencheu consigo mesmo, que achou que colocar outra peça no lugar supriria qualquer necessidade e vazio que a falta da peça original pudesse fazer. Esse é um sintoma do enclausuramento.


Você deve se considerar um sortudo quando consegue escalar essas paredes, mesmo com os dedos das mãos e pés em carne viva e arranhões por todo o corpo, caramba, você conseguiu sair de algo que chegou a te proteger de si mesmo. Você escolheu acreditar novamente. Por mais doloroso que seja, ilusório e cansativo, sentimos sede daquele gosto agridoce transbordando em nosso paladar.


"Que se dane que talvez possa ser apenas momentâneo.

Que se dane se eu acreditar novamente em palavras vazias.

Que se dane caso eu me entregue de corpo e alma para um sentimento sem futuro.

O fato é que eu voltei a tentar." Nós escolhemos acreditar, mesmo que saibamos que seja uma completa mentira. Acreditamos no flerte noturno por mensagem. Nas palavras de carinho. Nas brincadeiras internas que se formam com facilidade. Mas sabemos, no fundo sabemos, que há uma grande possibilidade daquilo desaparecer em segundos. Que foi apenas uma tentativa NOSSA, de nós que estamos aqui tentando acreditar, que para o outro era apenas uma levantadinha no ego. Talvez. E então, as mensagens ficam mornas, perdem a fumacinha gostosa que fazia cócegas no nariz e o riso fácil dos lábios. Até tentamos reaquecer. Mas esfriou. Gelou. "Me dê amor

Me dê amor."


Ei, calma aí! Não construa aquele muro novamente. É assim mesmo, são tentativas, e cada uma delas vai doer cada vez mais. Pois é. Parece que não vale muito a pena, não é mesmo? Sentir tudo isso. Se propor a um martírio desses. Escolher algo assim é masoquismo puro. Mas não é o que dizem, a tal falta de amor próprio, é preciso ter certeza de um amor muito grande por si mesmo para se propor a consecutivas tentativas dolorosas.


"Amor não tem que doer e machucar".


NÃO MESMO! E você nunca deve se rebaixar para ter o amor e reconhecimento de alguém, lembre-se que você quer alguém que te eleve além de onde está. Para ficar no mesmo lugar ou em um lugar muito pior, você ficaria bebendo mais drinks de si mesmo. Apesar de todas as falhas, as derrotas e exaustão, você precisa aprender a encarar, não fugir e construir um reino solitário. Um tempo sozinho é bom, ás vezes é mais do que necessário, mas para você colocar a mente no lugar e não desistir de vez.


No caminho da tentativa de encontrar o amor, é inevitável alguns arranhões.

Então está tudo bem você acabar escolhendo acreditar em algo que talvez não tenha futuro, em palavras fáceis, escorregando em alguém que desiste no primeiro obstáculo. Eu entendo, é gostoso deixar se perder em sentimentos, é fácil, aliás. Em algum momento, em uma dessas tentativas, você acaba encontrando alguém que escolheu acreditar também.

Agarre-se no que acredita.

Solte quando perceber que não há mais segurança, por mais que queira ficar.

E sempre, sempre, permita-se a segurar novamente.

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