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Vem confabular aqui

Ex my Love

  • Foto do escritor: Emanuel Moraes
    Emanuel Moraes
  • 2 de mai. de 2014
  • 6 min de leitura

Estamos sempre à procura de alguém que nos complete, ou, ao menos, alguém que nos faça ter esta sensação de estarmos completos e desejáveis. Que não nos deixe sentirmos tão sozinhos. E nessa busca incansável, onde muitas vezes parece uma jornada sem fim e com inúmeros erros, tentamos apenas encontrar uma certeza ou saber aproveitar as “certezas momentâneas”. Aquelas pessoas que em um piscar de olhos se tornam exatamente tudo quilo que você não deseja para a sua vida. Mas eu pergunto: Será que essas pessoas mudam com o tempo ou nós que mudamos, ou, até mesmo, não enxergamos a triste realidade que estávamos envoltos todo o tempo?

Eu sempre digo que o melhor remédio para a vida é aprender a ficar sozinho, saber que você não precisa de ninguém para ser feliz e encontrar a paz interior, mas depois de um tempo isso vira uma bobagem tão ridícula quanto liquidação na internet. Não que não seja verdade, eu realmente acredito que para qualquer coisa neste mundo precisamos nos conhecer e para isso devemos aprender a ficar sozinhos, mas não somos feitos para ficarmos sozinhos por muito tempo. Acabamos comprando centenas de gatos e nomeando cada um deles. E pior, vamos saber o nome de cada um. Enlouquecemos e inevitavelmente paramos no tempo, lembrando cada relacionamento patético que nos fez chegar até aquele momento em que você está gastando todo o seu dinheiro com Whiskas e se distanciando cada vez mais do mundo por causa do cheiro que está na sua casa. O que é apropriado pela vida de merda que está levando, mas vamos seguir em frente.

Então... Este post começou algumas semanas atrás para falar a verdade, quando em um barzinho eu vi alguém do meu passado, foi onde o meu ódio mortal também começou – na verdade apenas acordou, como se fossem aqueles bichinhos Mogwais quando alimentados depois da meia noite se transformam nos endiabrados Gremlins. Lembra-se do filme? – Pois bem, já passava da meia noite e o meu Mogwai estava faminto naquele dia. O que eu podia fazer? Precisei alimentá-lo.

Naquele momento eu não me importei muito, mas notei algumas coisas que foram alimentando o bichinho raivoso dentro de mim, como as roupas e acessórios diferentes que a pessoa estava usando (quando namorávamos parecia que tinha saído de um filme em uma época A.C. onde fazia parte do núcleo dos plebeus, um desastre). Mas deixei passar e esqueci, sorrindo pra caramba, dançando feito louco e bebendo mais uma caixa de cerveja. Funciona momentaneamente, podem fazer que eu aprovo. Dias depois, eu remexendo no Facebook – NUNCA! NUNCA REMEXA NO TERRORISTA DO SEU FACEBOOK, POIS SE ESTÁ ESCONDIDO É PORQUE NÃO É PARA VOCÊ ENCONTRAR. SOSSEGA A PIRIQUITA. – eu encontrei umas conversas antigas na pasta de arquivo, fui dando risada vendo conversa com pessoas que eu nem lembrava e de algumas que não fazem mais parte da minha vida. Até encontrar A conversa.

Sim, eu poderia excluir de vez e não me importar com qualquer baboseira estúpida que EU SABIA que estava escrito lá. Aahh, mas eu não fiz isso não é mesmo? Nããããooo, tcs tcs, eu tive que abrir a maldita conversa que já estava enterrada e reviver todas as mentiras que me foram ditas e que eu já havia esquecido. Olha que coisa bacana. Olha que coisa linda. AND, não me contentando com todo o sofrimento sendo revivido e com o meu pequeno Gremilin uber raivoso pedindo mais comida, eu entrei no perfil do Facebook da maldita pessoa. Por quê? Eu acho que é por eu ser masoquista, é a única explicação. E aí lá na página do perfil o meu Gremilin, que já estava tocando o terror, se transformou em um monstro quando leu: “Em um relacionamento sério”. Para as pessoas que estão me chamando de mal amado quero dizer que eu fiquei NOVE ANOS de vai e vem com essa pessoa. Chupa essa manga universo.

Não sei o que deu em mim, eu realmente não gosto mais daquele ser humano que eu sei que me fez sofrer e que eu nunca seria feliz ao seu lado, que ele nunca seria quem eu precisava que fosse. Mas doeu, não vou negar. Me incomodou pensar que aquela pessoa está sendo feliz sem mim, apesar de fazer quase dois anos que eu escolhi terminar tudo por saber que não daria certo e que estava me fazendo mal aquela dependência. Eu sei que é egoísmo e um sentimento nada legal de se sentir. Mas atire a primeira pedra quem nunca olhou para um ex e disse; “Morra!”. E quem ousar atirar, talvez não saiba o que é amor. Sim, desejar a morte de um ex significa que um dia você o amou, se não, que ainda o ama. Foi pensando assim que eu percebi algo. E não é o que estão pensando.

Eu liguei para a minha prima imediatamente e chorei minhas pitangas para ela – e naquela conversa de uma hora e meia no celular, praticamente jogando praga na vida aparentemente perfeita daquilo que um dia me “pertencia” e rindo com toda a situação – eu percebi que não sou o tipo de pessoa que deseja realmente o mal de alguém e que eu estava irritado comigo mesmo, pelo rumo que a minha própria vida estava tomando. Por estar naqueles dias frágeis que todos nós temos em algum momento, quando olhamos no espelho e nos perguntamos: “Mas que merda você pensa que está fazendo?”. Essa fase passa tão rápido quanto como ela chega, o problema são as consequências que elas causam, nós precisamos tomar cuidado com a tal carência repentina. Então eu percebi que realmente, há muito tempo, eu já não me importava mais com aquela pessoa. Já não a amava a ponto de alimentar qualquer outro sentimento. Tive que expor meu Gremilin raivoso à luz e deixa-lo ir. Todo término de relacionamento sempre tem quela disputa de quem vai ficar melhor depois, de quem vai seguir em frente mais rápido, qual dos dois vai ficar mais bonito e bem sucedido. Mas do que adianta se preocupar com essas coisas absurdas? Do que adianta se importar? Com quem realmente estamos disputando? Para e perceba que a disputa é consigo mesmo, você está nessa batalha para ganhar novamente a sua autoconfiança.

A questão não é estar procurando alguém, é estar tentando ser alguém em quem podemos nos orgulhar, para tanto precisamos nos conhecer melhor. Existe um tempo de reconstrução da vida, e a minha está naquela fase do furacão onde tudo pode acontecer. É fácil cair na armadinha de sentir raiva pelo passado, pelo tempo que achamos que foi perdido, pelo sentimento que pensamos ter desperdiçado e pelo vazio que cultivamos dentro de nós. Mas não vale a pena remoer esse sentimento ruim, tudo o que foi feito nos ensinou e foi uma certeza que durou o tempo necessário, não importa o que tenha mudado no caminho que percorreram juntos ou quem mudou. Se atenha ao fato de que mudou e ponto.

O caso é que nos importamos com muito pouco e com algo que muitas vezes já não faz mais parte de nossas vidas. Se eu não tivesse uma mente forte, e percebido que na realidade eu estava jogando minhas energias acumuladas no lugar errado, poderia pensar que estava realmente voltando a gostar daquela pessoa. O que me causaria um desgaste enorme e um bom dinheiro comprando ração para inúmeros gatos que iria adotar. Sim, a pessoa poderia ter acabado com a minha vida mesmo eu não estando com ela, veja como isso é um absurdo. Para e pensa no tamanho do espaço que vai liberar se você aprender a não se importar mais com coisas que estão no passado. Pense em como tudo vai ser mais fácil na próxima vez que a vida te colocar frente a frente com uma pessoa que te fez mal um dia. Não só em relacionamentos amorosos, mas em qualquer tipo de relacionamento. Eu sei que parece um pouco Autoajuda, mas é a mais pura verdade e eu quis contar a história para vocês entenderem.

Então peguem os seus Gremilins raivosos e leve-os à luz. E da próxima vez quem encontrar essas pessoas, sorria sinceramente e continue seguindo o seu caminho, como sempre fez. Sentir raiva faz parte da vida, mas precisamos saber o limite de sermos sozinhos e também o limite de sentir raiva, principalmente de quando acabar com ela. Afinal, ela pode não ser exatamente gerada pelo motivo que está pensando. Um dia, todos vamos encontrar A CERTEZA. Até lá, vamos brincando de errar e tentando construir nossas próprias vidas, tentando ser a melhor pessoa que pudermos ser. Acumulando Exs e aprendendo a conviver em um muito cheio deles. Os seus. Os meus. Os nossos.

 
 
 

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