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Vem confabular aqui

O Novo Amor

  • Foto do escritor: Emanuel Moraes
    Emanuel Moraes
  • 10 de ago. de 2014
  • 4 min de leitura

“... e é assim que começa. Fase um: preocupação, dificuldade de concentração, boca seca, transpiração, suor nas mãos, tonteira e desorientação... E a coisa, a doença, está dentro de mim, pronta para crescer em minhas entranhas a qualquer instante e começar a me envenenar”. Delírio – Lauren Oliver



Todo mundo um dia para e pensa: “Estou me sentindo sozinho, mais do que deveria me sentir”. É nesse momento que percebemos que tem algo muito errado acontecendo, que alguma coisa necessita ser preenchida. Não se preocupe. A tal da carência é natural, somos feitos para nos relacionarmos com outras pessoas e de sentir essa necessidade de relações interpessoais para nos satisfazer. Mas é muito diferente ter um relacionamento familiar ou de amizades comparado com o amoroso entre duas pessoas, onde o sentimento acaba sendo maior no sentido de ter uma necessidade quase platônica um do outro. Quem namora, é casado ou já esteve em um relacionamento sério e duradouro, entende o que estou falando. É DIFERENTE, E PONTO.

Algumas semanas atrás eu comecei a pensar em novamente nesse tema de relacionamento, depois de estar totalmente solteiro há dois anos e de não querer pensar no assunto esse tempo todo. Sempre fui o tipo de pessoa que adora se apaixonar, sou totalmente a favor do amor seja ele como for, partindo do princípio “Se não machuca ninguém, que mal tem?”. Então em um grupo de amigos eu lancei a seguinte frase: “Nossa, que saudades de me apaixonar”. Pra que eu fui dizer isso? Fui imediatamente bombardeado com caretas extremamente expressivas e espantadas e frases como: “Saudades do que? De sofrer? De chorar no escuro até se desidratar? De ficar perdendo tempo com aquela pessoa que um dia não vai mais te dar valor? De ficar ouvindo música melosa no escuro?”. Nossa, eu só falei que estava com saudades de sentir aquele sentimento bobo. É bom, não é? Ou era? Tipo, passado?

Mas quanto mais conheço e converso com as pessoas, mais eu percebo que nenhuma delas está pronta ou querendo um relacionamento sério. Estão a procura de uma ficada ocasional, uma transa boa em uma noite e nunca mais ver a pessoa, simplesmente um alívio momentâneo das necessidades. O sexo virou o novo relacionamento moderno e está cada vez mais aleatório e rápido, como dizem, o tal do fast-foda. Não que seja ruim transar e ficar com quem quiser ou bem entender, mas a banalidade com o que as pessoas tratam umas as outras, isso sim me incomoda extremamente. O fato de não se machucar como nos relacionamentos passados, formou uma geração de pessoas frias e incapazes de amar realmente? Ou existe amor, mas é tão rápido que dura apenas enquanto a ficada rola? O velho “Oi tudo bem” deu lugar ao “E aí? Vamos foder?”. Isso chega a me fazer sentir saudades do bom e velho "Você vem sempre aqui?". O que aconteceu com a simplicidade, o respeito e a educação das pessoas com as outras? Será que esses valores estão antigos e o que vale e é coerente nos dias atuais o tal do NÃO COMPLICA E SIMPLIFICA? Eu sou extremamente para frente, mas acho que a sociedade deixa a desejar no quesito CONSQUISTA. Virou uma caça essa tal procura de relacionamento.

O mais engraçado é que existem pessoas que escutam falar de amor e em se apaixonar e mostram uma opinião totalmente contra, te metralham com tanta coisa ruim, digno de te deixar com medo sobre o tal amor. Mas aí com o tempo, extraindo pequenos sinais nas conversas, eu percebo que tudo o que elas querem é se apaixonar novamente. Só estão com medo de passar por todo o velho drama e sofrimento que passou pelos relacionamentos passados. Então, já que somos condicionados a ter essa vontade por natureza em ter qualquer tipo de relacionamento, a moda agora é tê-lo sem quaisquer compromisso sério que possa machucar ambas as partes. Isto acarreta, no meu ponto de vista em uma análise mais ampla, a uber valorização das pessoas que possuem um relacionamento sólido como um grupo que está por cima do resto que só quer se divertir. E com isso o “ramo” de relacionamentos de fachada vai aumentando significativamente, pois como sabemos, as pessoas amam exclusividade, e hoje o exclusivo é ter relacionamento para esfregar na cara de quem não tem.

Então eu pergunto: Será que está onda de ficadas sexuais momentâneas, não depreciam a imagem tanto da mulher quanto do homem? Esse novo comportamento social não acaba marcando a vida das pessoas para sempre? Como fica a tal da “Fama” depois? Ajuda? Denigre?

O sexo aleatório virou algo bonito e normal, não que eu pense que seja sujo e anormal, claro que não, apenas acho que as pessoas acabaram esquecendo-se de respeitar umas as outras com isso e acabam depreciando o tal do amor para si mesmo e para os outros. Lembram apenas do que foi ruim e não do que foi bom. Desistiram de procurar a metade da laranja e estão se divertindo com outras frutas. ISSO NÃO É RUIM. Acredito que sexo tá aí para ser feito mesmo HURRUL, mas como já expus, as pessoas alimentaram uma alienação humanitária e principalmente a futilidade. Só vou foder com quem for assim e assado. Perfis de aplicativos cada vez mais exigentes para o que eles dizem ser apenas uma transa de uma noite. Fotos extremamente expostas e pessoas que não possuem mais privacidade sexual. Afinal, o que essas pessoas querem mesmo?

A verdade é que todos são livres para viver como quiserem e da maneira que os fizerem felizes e sem machucar ninguém. Só não dá para fugir da realidade e muito menos das consequências das nossas escolhas. Todos buscam o amor, cada um da sua maneira e ninguém pode dizer que não é válido, só não pode deixar o medo intervir até mesmo no seu caráter. Tratar as pessoas como um lixo descartável, acarretando uma cultura horrenda de falta de respeito com o próximo e que engloba inúmeras outras deficiências sociais absurdas que giram em torno desse medo de amar e ser amado. Mas que é natural, pois isso é viver. Mas ame, do jeito que for, AME! E lembre-se que amar é respeitar.

E por fim deixo a seguinte pergunta:

Será que o sexo é o novo amor?

 
 
 

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