Eu me importo.
- Emanuel Moraes

- 10 de fev. de 2015
- 5 min de leitura
**Aquela pequena análise sobre aquelas pequenas pessoas que não prestam.
Como certos tipos de pessoas podem ter a necessidade de rebaixar o outro para se sentirem melhores consigo mesmas?
Essa questão nasce pela minha percepção de que realmente as pessoas não se importam com o outro e estão cada vez mais banais. Quando se importam é por coisas extremamente fúteis. Vejo não somente pelas minhas relações amorosas ou não, mas também por pessoas próximas. É incrível o número de pessoas que falam que conheceu alguém, mas um tempo depois aquela pessoa se mostrou ser indiferente. Essas pessoas muitas vezes sentem prazer em se tornarem seres humanos desprezíveis e humilharem outras pessoas de inúmeras formas possíveis. Eu fico com outra pergunta rodando em minha cabeça: “Será que essas pessoas não percebem o lixo humano que estão se tornando?”.
Depois da adolescência percebemos que inevitavelmente acabamos nos envolvendo sempre com pessoas mais similares a nós, com vidas e experiências que possam ser de fácil reconhecimento. Aquela coisa de que certas coisas não se misturam. Sentimo-nos confortáveis em nos relacionar com pessoas similares. Mas depois de tanta gente horrível passar pela minha vida, foi inevitável pensar: “Meu Deus, será que eu sou uma dessas pessoas?”. Isso me abalou de uma forma estrondosa, onde comecei a mudar completamente várias questões da minha vida particular e social. Comecei a me sentir melhor comigo mesmo depois dessas pequenas, mas significativas, mudanças. Como já disse em outro post, quando nos livramos das coisas que não fazem mais falta, aparece um espaço enorme em branco para preenchermos com as coisas boas que aprendemos a reconhecer.
Forcei-me então a sair da zona de conforto. Dos mesmos tipos de pessoas e situações que pareciam extensões uma da outra. Mas me forcei mesmo, conhecer pessoas que eu nunca deixaria se quer participar de qualquer forma da minha vida. O legal nessa escolha é que nossa mente explode com tanta coisa nova que vamos aprendendo, pensamos que vimos de tudo um pouco e que certas situações nunca mais acontecerão, mas é incrível como ainda há ramificações de situações passadas e inúmeras novas. Parece algo lógico quando outra pessoa fala, não é? Mas para e pensa quantas vezes você já achou que era mais importante e inteligente que outra pessoa por pensar que já tinha visto mais que ela. Que sabia mais do que ela e em sua percepção possuía mais experiência. Mas não paramos para pensar que estamos no mesmo barco. Seja lá o que um ou outro saiba. Pois, ás vezes, o outro sabe o que ele precisa saber para a vida dele, o que pode ser diferente da sua. Então, qual o parâmetro para medir quem sabe mais sobre o que realmente importa? Não é? E isso realmente importa?
Se você realmente sabe das "coisas", deve entender que isso não deve te elevar a cima de ninguém nesse mundo.
Tudo bem, lá fui eu me aventurar novamente, como um adolescente tendo suas primeiras impressões do mundo real fora dos braços dos pais. Como pode aos vinte e poucos ainda acharmos que somos à prova de qualquer coisa, pois já sabemos de muita coisa para não passar por ela novamente? Por mais que eu aprenda tantas coisas novas e boas, o mérito aqui são as pessoas, o fato que eu me pré-dispus a sair da minha zona de conforto para renovar as pessoas que estavam em minha volta. Os meus relacionamentos. Conforme o tempo passou, eu fui percebendo que mudaram os gostos, mas o caráter continuou o mesmo. Óbvio que não importa de que classe você é. Do que você gosta ou o que veste para ser qualificado como bom ou ruim, mas o que me assusta é como cada vez mais gente se torna algo vazio e não se importam com isso. Claro também que não foram todas as pessoas diferentes que se tornaram decepções, mas esta é apenas uma análise sobre esse tipo de gente que vive em todo lugar.
Vejo vários amigos conhecendo as pessoas, hoje por meio de aplicativos de encontro no celular, por exemplo, mas essas pessoas sempre se importando com a aparência física mostrada em uma foto minúscula na tela do aparelho. Você constrói o caráter e o valor de alguém naquele momento, sem dar a chance daquele alguém poder realmente ser uma pessoa legal e que valha a pena conhecer e ser amigo, sem ter algo amoroso ou sexual. Isso até mesmo pessoalmente, claro. Aí quando você se permite, a pessoa é que se mostra ser desprezível. Estamos certos em nos cercarmos cada vez mais e sermos superficiais e procurarmos apenas a idealização de alguém em uma foto pequena como em um aplicativo de encontros? Ou devemos nos acostumar que pessoas medíocres sempre existirão em qualquer lugar e continuamos tentando ser alguém melhor e encontrar alguém melhor? Mas e esse tal “melhor” também não é mais uma idealização? E esse se acostumar, não é uma forma passiva de se viver com a situação?
Sempre me falaram que aparento ser uma pessoa metida e arrogante. Mas acabei percebendo que essas pessoas é que me criaram assim na mente delas. Colocaram-me em um pedestal intocável, apenas para depois me derrubar de uma colocação que eu nem me candidatei para estar. Que eu nem queria estar. Pelo simples prazer de dizerem que de alguma forma me derrubaram. E de certa forma eles derrubam, mas não do jeito que eles pensam. Me derrubam ao me fazerem compreender que existem pessoas tão medíocres a ponto de se sentirem felizes em não se importar com o outro, ou usar a imagem de alguém para sentirem-se felizes consigo mesmos ou para mostrar aos outros do grupo que é alguém importante. Hoje em dia o prazer de dizer “Bloqueei fulano em tal lugar” ou “Nem dei moral para fulano” é algo como se fosse ouro puro na mão de gente vazia. O povo sabe de nós, mas muitas vezes nem sabemos nada deles e nunca saberemos, pois essa gente acaba fazendo esse ato idiota que de certa forma nos usa para NADA.
Percebem quantas pessoas fazem isso conosco? Ou consegue perceber com quantas pessoas vocês fazem ou já fizeram isso?
O ato de se permitir é uma via de mão dupla que vai de encontro a um cruzamento com milhares de outras. Não dá para viver no mesmo e cômodo mundo, pois precisamos de desafios e de conhecimento para amadurecer, para não ser e ter sempre a mesma opinião, pois é assim que nos tornamos egoístas. E é difícil se permitir quando sabemos que podemos encontrar mais do mesmo naquilo que é diferente. O fato é que, sim, essas pessoas pequenas sempre irão existir, mas eu decidi que nunca vou ser como elas. Nunca vou deixar de me importar, pois isso me torna humano. Nunca vou deixar de ter uma boa educação e conversar com as pessoas enquanto elas me retribuírem essa gentileza, sendo sincera ou não. Eu não sei se fará diferença, mas faz tempo que não quero fazer a diferença, mas sim ser a diferença. Acho que isso é o que realmente importa. E espero que vocês também consigam pensar assim e nunca deixar que a maldade e o rancor dos outros os tornem iguais a eles. É muito fácil pensar “Nossa, não há ninguém bom nesse mundo, amigos ou amores, então eu também não vou ser mais bonzinho” e blá blá blá. Difícil é você respirar fundo e pensar “Quer saber? Lá se vai mais um que escolheu ser amargo por achar legal e satisfatório, mas eu prefiro ser feliz incondicionalmente, apesar de tudo o que tentam contra mim. Repassar o bem que eu sei que existe em mim”.
Sim, eles existem em todos os lugares e de todos os jeitos, mas nós também existimos. Aqueles que se importam.
Não vamos deixar de nos importar com tudo o que acontece em nossa volta e pode atingir a vida de todos, pois nunca podemos nos deixar chegar ao ponto de sermos iguais a eles. Pois ser igual a essas pessoas significa não sentir nada, e psicopatas não sentem nada pelo próximo. Dorme com essa comparação sociedade.



















Comentários