As mesmas decepções, valem a pena?
- Emanuel Moraes
- 19 de fev. de 2015
- 4 min de leitura
Quantas vezes uma pessoa pode nos decepcionar e quantas vezes aceitamos acreditar nas mesmas histórias ?
É incrível como existem situações em nossas vidas que sempre tropeçamos novamente, por mais que saibamos que podemos até cair de boca no chão, continuamos por aquele mesmo caminho. Continuamos investindo em algo que temos quase certeza que não dará certo. Mas esse é o problema, não é mesmo? Esse tal de “QUASE”. É aquela esperancinha bobinha que cultivamos sem motivo aparente. Na verdade, acho que é por não querermos dar o braço a torcer. Aquela vontade de fazer dar certo de qualquer maneira.
Quando nós passamos por diversas situações desconfortáveis nos diferentes tipos de relações que possuímos, inevitavelmente começamos a nos fechar a cada tropeço, aprendendo com cada queda. Começamos a aprender a diferenciar as pessoas, os seus jeitos, gostos e se darão – de alguma maneira – certo com o estilo da nossa vida. Se de alguma maneira, por mais que sejam diferentes, possa haver um entrosamento. Mas é um tanto perigosa essa estrada do aprendizado, pois como não existe a possibilidade de erradicar a decepção de nossas vidas, começamos a pensar que talvez as pessoas sejam simplesmente idiotas e que nenhuma delas merece que nos entreguemos de qualquer forma. Aí o nosso fim é o alcoolismo e uma casa infestada de animais de estimação, pois vamos preferir animais a pessoas. Isso não é legal. Sério, você está aí tentando ponderar, mas NÃO É LEGAL ESSE FIM.
“Ah, mas olha, se nos fecharmos, isso irá nos impedir de quebrar a cara Manu”.
Pode ser. Certamente irá. A maioria das pessoas são previsíveis, ainda mais quando você as analisa o tempo todo por causa desse medo de se decepcionar. Mas você estará impedindo que muitas outras coisas boas possam acontecer. Eu sou o tipo de pessoa que já me decepcionei além da conta e continuo a me decepcionar. E nós, pessoas que acreditamos além da conta, temos aquela seguinte frase de sempre “NUNCA MAIS VOU PASSAR POR ISSO”. Mas passamos, não é mesmo? O jogo é o mesmo, só muda os jogadores. Lembram?
O que vocês preferem? Ser intocável e amargo, ou, ter alguns arranhões, porém amável?
O caso é aquelas duas perguntas que fiz lá em cima. “Quantas vezes uma pessoa pode nos decepcionar e quantas vezes aceitamos acreditar nas mesmas histórias?”
Resposta? Quantas vezes acharmos necessário. E não para aprendermos e nunca mais passarmos por aquilo, pois isso nós aprendemos na primeira vez que nos aconteceu. A verdade é que existem pessoas que vale a pena correr atrás. Vale a pena dar mais uma chance. Vale a pena tentar salvar. Vale a pena escutar a mesma historinha e tentar ensiná-la que está errada. Apenas, vale a pena. Sim, todo cuidado é pouco, pois há aquelas relações destrutivas que achamos que vale a pena, mas na verdade é a pior coisa que poderia acontecer na sua vida. NEM TUDO VALE A PENA. Se machuca, destrói, corrói e te impede de ser genuinamente feliz, neste caso nunca valerá a pena. Mas quando não tiver tão explícito, como diferenciar? Quando você não tiver dúvida alguma dentro de si mesmo. Quando você não tiver que perguntar a opinião de alguém. Quando for certo, vai ser uma decisão fácil e o mais natural possível. Simplesmente vai acontecer. Como sentir sede e beber água.
É, a esperança é uma vadiazinha ingrata, mas ela também é uma das únicas coisas que nos movem e nos impede de sermos mesquinhos e frios com as pessoas. Já falamos sobre isso em outro post, não podemos nos transformar neles. As pessoas são diferentes, não dá para pensar sempre que elas vão cometer o erro das passadas. E se cometer, pondere. Vale a pena? Sim? Não? PRÒXIMO!
A vida é assim. Cheia de buracos iguais e ás vezes, por mais que já tenha nos acontecido, caímos novamente e com um sorrisão bobo no rosto ainda. Sim, podemos ser distraídos nesse grau. Você sabe que sim. Mas essa é a graça de tudo. Ás vezes dar aquela desarmada e se deixar levar, não em tudo e com tudo – o mundo não é cor de rosa e com unicórnios alados – só que não há a necessidade de ser armar o tempo todo. Você vai se decepcionar de qualquer jeito e você vai decepcionar alguém também. Então será você a pessoa que irá criar outro tipo de esperança, a que faz você rezar para que a pessoa acredite que VOCÊ valha a pena.
Não deixe o passado transformar seu presente em algo odioso e rancoroso. Aprenda. Não deixe que situações abusivas aconteçam novamente. Mas quando for algo que você possa realmente perdoar a pessoa e se ela for merecedora de uma segunda chance, pois sempre se lembre de que todos somos humanos, dê essa segunda chance. Você não vai sentir dúvidas quando for o correto a se fazer. Aí cabe essa pessoa dar valor a essa chance, deixe bem claro isso. E se você for a pessoa que receberá essa chance, não estrague tudo novamente, faça de tudo que realmente aprender e dar valor a pessoa que está passando por cima do orgulho e princípios para mais uma vez confiar em você. Ela vale a pena, não vale?
O perdão é para todos. Mas a escolha é sua de manter ou não as pessoas por perto. Você sempre tem a opção do que escolher.
Você irá se decepcionar com os mesmos tipos de coisas sempre, mas não por não ter aprendido ou se relacionar com os mesmos tipos de pessoas. Você se esqueceu que algumas delas ainda não passaram pelas que você passou, e isso não tem nada com experiência de vida ou idade, pois nenhuma delas podem garantir a alguém as mesmas percepções de vida que temos.
Ás vezes nós ensinamos eles, outras, temos que nos permitir aprender.
Algumas pessoas valem a pena, outras, nem o pensamento.
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